Ninguém vai subir a favela pra comprar nenhum samba,
vou cair na roda de quem presa na prosa e conta a sua realidade
e vive sem desejo do ego da vaidade em compartilhar suas notas
grandes compositores da rua mestres versados na beira da esquina
o bom velho malandro cartola na cabeça e um canivete no bolso
suspeitou no início quando se aproximou que mudaram seu morro
a antiga ginga sumia e o que refletia na enorme ladeira
era a vulgaridade na letra no seu ilustre caminho
tapou em banalidade a peneira do que fizeram com sua nobre fantasia
toda a cidade ao contrário e ninguém percebia
e declamou assim seguinte que na periferia malandro
deixou de ser de quem era em atitude de doutor seguiu seus valores
e a ganancia sensualista reinou nas imagens e despertou o flagrante
o malandro assustado reinado e oprimido tacou fogo na cartola
e hoje o que cantam o valor do malandro é de maneira simbólica
A malandragem entrava em extinção e abriu portas para todo tipo de ladrão.